A transportadora aérea nacional TAAG, totalmente pública, necessita de uma capitalização estatal de 952 milhões de dólares para fazer face às perdas acumuladas nos últimos anos, anunciou a administração da empresa.
A informação foi prestada esta Terça-feira, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração da TAAG, José Kuvíndua, ao apresentar o plano estratégico da companhia de bandeira para o período 2018/2022 durante um seminário promovido pelo Ministério dos Transportes.
A preocupação da administração da TAAG agrava-se com a necessidade de pagamento de empréstimos contraídos para a aquisição, desde 2015, de três novas aeronaves, bem como revisões planeadas de motores e de manutenção.
Por esse motivo, José Kuvíndua sublinhou a importância da recepção atempada do subsídio de combustível atribuída pelo Estado, bem como uma nova injecção de capital, de pelo menos 150 milhões de dólares no imediato, para eliminar ou reduzir o défice oriundo de perdas anteriores.
Só no primeiro semestre de 2017, a TAAG registou um prejuízo líquido de 12 milhões de dólares, mais do dobro do saldo negativo de todo o ano de 2016, mas devido a dívidas de 2010.
A companhia estatal referiu anteriormente que os resultados financeiros não auditados dos primeiros seis meses de 2017 registaram, ainda assim, "algumas melhorias", apesar do prejuízo do semestre comparar com os cinco milhões de dólares de todo o ano anterior.
"Este nível de desempenho é muito melhor se tivermos que comparar com prejuízos históricos superiores a 150 milhões de dólares em alguns anos", refere a companhia, que até 10 de Julho de 2017 foi gerida (desde finais de 2015, por contrato de concessão), pelos árabes da Emirates, tendo o britânico Peter Hill como presidente do Conselho de Administração.
A companhia explicou o agravamento nas contas com a realização de uma provisão total superior a 20 milhões de dólares nos primeiros seis meses, relativa a "passivos fiscais não pagos em escalas, no exterior, referente ao ano de 2010".
"Se não fosse a redução no subsídio de combustível e a provisão para o passivo fiscal, a companhia teria sido lucrativa. O prejuízo é ainda agravado pelo facto de a TAAG ter de abastecer as suas aeronaves com o máximo combustível permitido em Luanda, onde ele é mais caro, na impossibilidade de o poder fazer nas escalas do exterior, onde o combustível é mais barato, devido à escassez de divisas", reconheceu a companhia.